sexta-feira, dezembro 31

Adeus Ano Velho...

Dois Mil e Dez um ano como nenhum outro. Começou de um jeito inesperado e acabou de um jeito inesperado. A exatamente um ano atrás estávamos pensando nas promessas de ano novo e no que esse ano traria de bom para nós. Não posso dizer que o ano todo foi bom, porque não foi. Meu dois mil e dez não foi como um filme Disney onde tudo dá certo no final. Pelo contrário... O meu final de ano foi marcado pela maior tragédia da minha vida. Nunca chorei tanto na minha vida quanto chorei nessa última semana do ano. Saber que sua avó, aquela pessoa que sempre te apoiou, aquela pessoa que sempre fora sua segunda mãe, aquela pessoa que você carinhosamente chamava de anjo nos deixou não era algo que eu queria para o meu fechamento de ano. Nunca passou pela minha cabeça que algo desse tipo pudesse acontecer. Era a hora dela. 96 anos e um mês ela alegrou esse mundo em que vivemos. Uma vida inteira. Ela viu filhos, filhos dos filhos, os filhos dos filhos de seus filhos e os filhos dos filhos dos filhos de seus filhos. Ela viu quatro gerações - filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Mas chegou a hora de descansar nos braços do Pai Eterno.

Vó Maria, quando a senhora partiu levou contigo um pedaço do meu coração. Levou parte fundamental da minha vida. Agora no lugar do que a senhora levou ficou apenas um buraco. Um buraco que vai sangrar pra sempre, pois nada vai ocupá-lo. Eu não me arrependo de nada, pois tudo o que estava ao meu alcance eu fiz quando a senhora estava aqui, quentinha ao meu lado. Respirando. Falando. Rindo. Brigando com a Biga. Pedindo que eu ligasse quando chegasse em casa. Me fazendo comer suas bolachinhas. Sorrindo pra mim. Pedindo que eu colocasse no crente ou no Chaves para a senhora. São detalhes que eu nunca vou esquecer. Eu te amo pra sempre meu anjo. Obrigada por existir em minha vida e fazer parte dela. Só de pensar que eu não vou mais te ver rir, falar comigo, andar devagarinho, me chamar de passarinha ou dizer que ia arrancar minha língua pela nuca, isso dói, machuca. Porque agora o que ocupa o lugar que você deixou é a saudade. Eu não quis ver fechar o seu caixão, não suportaria a idéia de não te ver mais e ficar no escuro. Meu anjo, agora você é como o vento... Eu posso sentí-la mas não tocá-la. Meu anjo você não se foi, apenas mudou seu modo de viver. Você não foi embora, apenas modificou sua forma de ficar.

Eu só queria poder ter mais uma chance de te ter aqui comigo outra vez e poder falar-lhe ao ouvido "Eu te amo vó".

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